segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Onda de violência atinge comunidades atendidas pelos Núcleos do Cluster Fortaleza

Na madrugada desta quinta-feira (12), a cidade de Fortaleza vivenciou a maior chacina da sua história. 11 jovens foram mortos em um intervalo de três horas e meia, na região da Grande Messejana. 


O secretário estadual de Segurança e Defesa Social, Delci Teixeira informou que apenas duas das 11 vítimas tinham passagens pela polícia, por crimes de potencial leve. Segundo ele, as pessoas "já estão identificadas" e "muitos são jovens, menores". "Quase 50% das pessoas que foram mortas são menores", disse. Uma das linhas e investigação dá conta que a série de crimes pode estar relacionada ao assassinato do policial militar Valtermberg Chaves Serpa, morto quando tentava proteger a mulher durante um assalto, segundo o chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Francisco Souto. "Evidentemente, não se descarta a possibilidade de existir alguma represália por conta da morte do policial", diz.


Na sexta feira dia 13, o Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política trouxe para Fortaleza ORLANDO ZACCONE do Rio de Janeiro para dialogar sobre a temática. As atividades propuseram um debate para o enfrentamento à violência policial no campo e na cidade, ao encarceramento em massa, a criminalização de lutadores/as sociais e ao extermínio da juventude nas periferias. A situação da Grande Messejana em face dos acontecimentos estiveram no cerne do diálogo. Participaram desse momento, representantes do Núcleo Integrasol e Sonho de Criança, esse último cuja área de atuação é a que foi mais impactada com a onda de violência contra as juventudes. Foi proposto a elaboração de uma agenda sistemática para debater o extermínio das juventudes, além da realização de atos públicos.


Na noite do dia 13 de novembro, as juventudes das comunidades se articularam para realização de um ato público contra o extermínio das juventudes no espaço do Cuca Jangurussu, onde duas das vítimas deste crime brutal eram estudantes. Eles se organizaram e saíram em caminhada onde a chacina aconteceu para chamar a atenção das autoridades para a situação de violência vivenciada nestas comunidades. “Não sabemos ainda o que aconteceu, mas eles eram amigos. Hoje eu vi as fotos deles sendo compartilhadas nas redes sociais, como se fossem bandidos, e ficamos revoltados. Eles são meninos ótimos, esportistas, que não tinham nada a ver com tráfico”, lamentou uma das jovens organizadoras da manifestação, que atribui a chacina da madrugada a policiais. Estiveram no ato representantes do Núcleo Integrasol. 



No domingo foi realizada a Marcha pela Paz, do Curió. A mobilização teve como pauta principal a chacina que ocorreu no último dia 11, na grande Messejana. Estavam presentes familiares das vítimas, moradores do bairro e representantes dos movimentos sociais das comunidades. 




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